Enquanto crescemos mudamos de pele éne vezes. Umas vezes deitámo-nos a esfolar e acordamos com uma pele nova, outras vezes é preciso que sejamos nós a despi-la, quando se impôe, como a tarântula o faz anualmente. Também como acontece com o insecto esse processo é doloroso e vulnerabilizante, deixando-nos à mercê do mundo.
Mas, quando acaba, ficamos mais fortes e rejuvenescidos, fisica e emocionalmente.
Além disso podemos andar sempre com pedaços de pele velha pendurada ou impormo-nos a esfolá-la.
Noutro dia perdi uma pele.
Perdi-a ganhando.
Ia perdendo muito mais mas acabei ganhando mais ainda.
Ia perdendo uns olhos que dão brilho aos meus e um sorriso que me faz sorrir, uma voz que me faz andar e um toque que me faz gostar.
Doeu mas foi bom.
Concerteza outras peles cairão, mostrando o que está por baixo.
Não interessa se doer e custar, interessa é que o que está por baixo seja de
ouro.